Nutrição no Triathlon – A quarta modalidade

Demorei bem mais do que o necessário para descobri isso, mas de fato não dá para negligenciar a nutrição no triathlon quando se opta por treinar sério. Eu confesso que o Edinho me disse isso quando comecei a treinar. Fui na nutricionista e ela me passou uma dieta com suplementos e alimentação saudável. Mas só agora de fato entendi a real necessidade de cuidar da alimentação.

Primeiro passo: profissional nutricionista

Quando comecei a treinar estava um pouco acima do peso. Percentual de gordura acima até para uma pessoa que não pratica esportes. Tenho um biotipo que favorece, dificilmente aparento estar acima do peso. Com uma boa disfarçada passo por magra 80% do tempo. Mas o fato é que não sou do tipo sequinha, ganho peso com facilidade e adoro uma besteira como doces e carboidratos. Sendo assim, comecei a treinar e achei que era chegada a hora de um acompanhamento nutricional. Chegando lá a nutri me apertou.

nutrição no triathlon
Hidratando no Rio Triathlon

A dieta que fiz foi ótima. Só pelo resultado, porque executá-la não foi tão fácil assim. A base de biscoitos de arroz, geleia sem açúcar, nada de pão e  ainda sem tanta fartura de frutas e granola como eu gostaria perdi suados 6 kg bem rápido. O resultado foi ótimo, mas a dieta foi mais pesada do que o que eu deveria ter feito com a carga de treinos diários. Senti alguns desconfortos estomacais e uma baixa na imunidade. Mas, nada que não pudesse ser regulado com um bom ajuste na dieta.

Retornei na nutri ajustei a dieta e a abandonei. Não recuperei os quilos que perdi, mas parei de emagrecer e voltei a me alimentar mal. Como o peso estabilizou e a fome aumentou junto com o volume de treinos, fui mantendo um pãozinho aqui, uma massa ali, um sorvete acolá. Com a minha intolerância ao leite e derivados tendo melhorado muito passei inclusive a experimentar umas fatias de queijo e uns doces fora do contexto.

Perdendo o foco

Foi quando na última sexta feira fiz uma extravagância grande. Atenção! Extravagância para uma triatleta com intolerâncias alimentares!! Comi, a noite, uma pizza com cerveja depois de ter passado o dia inteiro me alimentando pouco e bebendo pouquíssima água. No dia seguinte era dia de treino de natação no mar e longo na corrida.

Optei por acordar um pouco mais tarde e correr após a natação. Acordei, mandei um pão torrado com manteiga, mais uma vez não seguindo as prescrições de uma boa nutrição e fui nadar sem me hidratar. 2.700 m suados e me sentindo bem fraca. Completei o treino e optei por adiar a corrida para o período da tarde. Ali mesmo já bateu a crise de consciência. “O que estou fazendo com meu corpo?” “Comendo assim aonde pretendo chegar?”

De moral baixa por não ter completado a manhã de treinos vim da natação para casa. Me hidratei, almocei e descansei. Quando fui correr no final de tarde ainda não estava 100%. Forcei, mas não resisti. Cheguei enfraquecida apenas a 2/3 do treino e parei. Peguei uma bela de uma gripe, não fiz o treino completo de sábado e passei o domingo sem saltar de paraquedas e sem pedalar como planejado.

Lição aprendida

Quem treina sério precisa se nutrir. A alimentação não é uma brincadeira. Gosto de coisas saudáveis, adoro comer as minhas frutas com granola, adoro meu peixe com legumes. Tenho uma enorme preguiça de cozinhar. Mas não adianta nadar, pedalar e correr e dar o mole de perder os treinos numa fase tão importante, ter dores de barriga, baixar a imunidade e ficar fraca por falta de vontade e preguiça de se nutrir.

Tenho 10 semanas até a minha principal meta no triathlon, Ironman 70.3 do Rio. Até lá preciso de foco. E a alimentação terá que de fato ser encarada como uma quarta modalidade e ser treinada. Preciso muito dela para alcançar bem o meu objetivo.