Falta menos de uma semana para a realização do sonho. É difícil dizer o que estou sentido. Controlando a ansiedade para o Ironman Rio 70.3, tem horas que fico muito feliz com a expectativa da chegada do dia para o qual tanto me preparei. Já em outros momentos só consigo sentir medo. Sei que estou preparada, mas a ansiedade e o medo vêm juntas no pacote.
Retrospectiva
Nesse momento em que o pensamento fervilha, vem na cabeça toda a história que me fez chegar até aqui. O triathlon surgiu como admiração pelo esporte, como uma ideia remota e sem probabilidade de se tornar real. Sempre que pensava nesta modalidade me arrependia de não ter começado a praticar atividade física mais cedo. De repente o sonho começou a se tornar algo mais concreto. Comecei a conviver com triatletas. Fui muito incentivada pelo Edinho que hoje é ultramaratonista, mas já foi praticante da modalidade. Encontrei um amigo que resolveu me apoiar e de repente resolvi tornar meu sonho real e optei por lutar por ele.
Comecei com a corrida, depois voltei a nadar, o ultimo passo e o mais complicado era o ciclismo. O ciclismo dependia de um grande investimento e também de uma boa dose de equilíbrio e destreza que parecia me faltar. Com o apoio do Leão, que me cedeu a bike, do Edinho que me emprestou os acessórios e junto com a Viviani (Vivi) que resolveu apostar em mim e começar a me treinar, comecei os treinos com foco no Ironman Rio 70.3.
Porque o Ironman Rio 70.3
Quando resolvi começar a treinar triathlon com a bike cedida pelo meu amigo, sabia que teria menos de 1 ano para treinar. Do pouco que eu conhecia do triathlon o Ironman era uma prova que já tinha ouvido muito falar, além ter como grande influência o Edinho e o Leão que que já correram essa prova. Pensei logo no ironman em sua modalidade reduzida. Estudei as melhores datas e locais e optei pelo Ironman Rio 70.3 com data prevista na época para o segundo semestre de 2016.
Etapas do treinamento
Comecei a treinar efetivamente para o triathlon em fevereiro quando subi pela primeira vez numa bike de triatlhon. Já estava acordada com a minha treinadora que me passava semanalmente a planilha de treinos de ciclismo e corrida.
A natação comecei a fazer um tempo antes na academia ATP aonde conheci o Bruno, meu treinador de natação. Logo comecei a treinar com ele e com o Flávio na equipe Bruno Treinos aos sábados no mar. Apaixonada pelo mar e pela natação e com um ambiente muito legal de atletas apaixonados pelo esporte foi fácil considerar esse o melhor de todos os meus treinos.
Com o passar do tempo os treinos foram ficando mais longos. E foi sendo mais difícil encarar a planilha toda sozinha. Os pedais eram muito solitários, a ida para estrada dependia sempre que o Edinho ficasse horas atrás de mim com o carro fazendo a minha segurança. Comecei a perder o ânimo.
Foi quando optei por entrar numa equipe de triathlon. Conversei com alguns amigos de Niterói que praticam a modalidade e escolhi a equipe que parecia ter mais a minha cara. Escolha acertada! Comecei a treinar na CE+3, equipe do Carlos Eugênio. Treinador super experiente e com o ótimo alto astral, os treinos passaram a ser mais leves e divertidos, surtindo muito efeito como contei no post Treinando em uma Equipe de Triathlon. Com a presença semanal dos amigos da equipe e com o treinador presente para corrigir alguns erros cometidos na corrida e no pedal, tudo parecia fluir melhor.
Assim, a natação continuou com o Bruno Treinos e a planilha com as outras modalidades e treinos com o CE+3.
Primeiras provas de triathlon
Desde que optei pelo Ironman Rio 70.3 a Vivi que me ajudou muito na decisão de tudo isso, disse que era importante eu fazer pelo menos uma prova na distância olímpica para que eu sentisse como era fazer a prova. Assim, com 10 semanas de treino eu estava fazendo o meu primeiro triathlon. Participei do Rio Triathlon em maio e já contei aqui como foi essa experiência.
Depois dessa prova e de muito treino fiz a última etapa do Rio Triathlon em outubro. Foi incrível ver a diferença. Evolui muito no pedal e na corrida. Na primeira prova enquanto treinava sozinha mal sabia como pegar vácuo, pedalar próximo a outro ciclista e aproveitar isso para fazer menos força enquanto pedala e ganhar mais velocidade. Na segunda prova consegui fazer um misto de pedalar com a cara no vento, pegar vácuo e ainda andar na frente dando uma moral no pelotão. A corrida foi cansativa, mas divertida. Consegui curtir bem mais a segunda prova por estar mais preparada para ela.
Controlando a ansiedade para o Ironman Rio 70.3
Diante de tudo isso, é chegada a hora de realizar o sonho. Faltam 5 dias para a prova. A correria fica por conta de organizar o equipamento, comprar o suplemento que acabou, ajustar os mínimos detalhes e descansar um pouco a musculatura. Os treinos foram pesados nos últimos meses. Eu dei alguns vacilos negligenciando a suplementação e o alongamento. O corpo começou a sentir o cansaço. E com isso o medo aumenta ainda mais. A panturrilha dói, assim como vários outros músculos da perna e glúteo. Mas, está tudo dentro do normal.
Massagem feita, alongamentos sendo feitos, suplementação agora em dia, treinos mais leves e foco. Todos os dias penso na prova, me imagino chegando, me imagino largando, me imagino na subida da grota funda, pedalando na reserva e correndo cansada, mas muito feliz nas três infinitas voltas de 7 km da corrida!
Já valeu a pena! Foi incrível toda a evolução até aqui. Na prova tudo pode acontecer, mas sei que me preparei e vou dar o meu melhor. Não vou mentir e dizer que a prova é o menos importante. A prova é o fechamento desse ciclo. É a realização do sonho. Ela precisa acontecer e tenho certeza que farei o meu melhor para me divertir muito em cada momento desse Ironman Rio 70.3 no dia 06 de novembro de 2016.
Torçam por mim! Acompanhem pelo instagram e facebook do Sua Casa é o Mundo e semana que vem estou de volta aqui contando os detalhes dessa grande aventura.
Bons ventos para todos nós!