MONTE RORAIMA
Visitar o Monte Roraima é viajar para um mundo perdido. O Roraima é um tepui, uma formação característica do planalto das guianas onde as montanhas tem um formato de mesa, com imensos platôs cercados por falésias. Um lugar incrível, umas das formações mais antigas do planeta que vale cada gota de suor produzida nos 106 km de trekking que percorremos. Está localizado na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana. O acesso mais fácil se da pelo lado Venezuelano, pelo Parque Nacional Canaima.
Quando ir
O Monte Roraima recebe visitantes durante os 12 meses do ano. Porém, considera-se o período de outubro a abril como sendo o melhor para estar na montanha por ser um período mais seco e menos frio.
Devido ao clima tropical da floresta não tem como se evitar a chuva, porém nos meses indicados como os melhores consegue-se diminuir bastante a sua constância.
A Expedição Roraima que realizamos pelo Ponto Alto 10 ocorreu em dezembro/ janeiro. Optamos por passar o Reveillon no monte. A nossa experiência foi de muito calor nos dias de caminhada até a base do tepui. Um sol forte de montanha e alguns dias de vento. Com o vento forte a gente não sentia o sol e os mais descuidados saíram de lá com a pele bem queimada e ressecada.
No topo do monte experimentamos dias de bastante chuva, o que estava dentro do esperado. A temperatura lá em cima do monte cai bastante também. Durante o dia sentimos muito frio devido à chuva e à noite usamos muito casaco e saco de dormir apropriado.
Preparo Físico Necessário
Para subir o Monte Roraima é ideal que se esteja acostumado com o mínimo de atividade física, pois serão entre 6 e 10 dias de caminhada podendo, como foi o nosso caso, superar os 100km. Porém, não é necessário ser nenhum super atleta para subir o monte.
Acredito que pessoas que estejam acostumadas com a pratica de atividades outdoor não encontrarão tanta dificuldade. Mas, pessoas que tem um preparo físico bom devido a pratica de algum esporte ou treinamento, serão capazes de encarar os dias de caminhada. O importante é saber respeitar os limites do corpo, não se comparar com os colegas de caminhada e respeitar a sua velocidade.
O preparo físico necessário para a atividade vai depender também do peso que se está disposto a levar. Quanto maior o peso carregado, maior o esforço na atividade, logo será necessário um maior preparo físico para a realização da atividade.
A expedição Roraima do Ponto Alto 10 foi realizada por um grupo de 7 pessoas com preparos físicos bem diferentes. Todos realizaram a caminhada com sucesso. Alguns mais outros menos cansados, mas todos muito felizes.
Qual agencia contratar
Não é possível subir o Monte sem a presença de um indígena. É feito um controle na entrada do parque aonde se assina um livro e se verifica quem é o responsável pelo grupo que está iniciando a caminhada.
Existem várias agências de turismo com guias para o Monte Roraima. Agências nacionais e estrangeiras com preços e serviços bem diversificados. A dica aqui é procurar.
Existem dois tipos de pacote: O pacote simples que contamos apenas com a presença do guia indígena para podermos fazer a caminhada. E o pacote completo que conta com o guia, com cozinheiros que levam e preparam a comida dos turistas e um suporte logístico com carregadores que levam os materiais coletivos, montam as barracas, latrina, além de carregar todo o lixo produzido pela galera.
No Brasil as agências que contatamos ofereciam serviços completos e bem mais caros do que os serviços que encontramos na Venezuela. Devido a desvalorização da moeda venezuelana conseguimos pacotes mais em conta com um serviço ok. Se a procura for pelo pacote simples vale a economia e os guias venezuelanos não deixam a desejar, caso a opção for o pacote completo observamos uma diferença considerável das empresas nacionais. As empresas brasileiras tinham barracas melhores.
Para a Expedição Roraima do Ponto Alto 10 contratamos o serviço de uma agência venezuelana, se você precisar de ajuda com relação a isso entre em contato no contato@suacasaeomundo.com.br.
O que levar
Uma pergunta que sempre fazendo quando optamos por uma atividade dessas: O que devemos levar?
O que levar para um trekking de 8 dias é uma pergunta bastante complexa de ser respondido. Na verdade, a resposta é depende. Depende das suas prioridades, de quanto peso você está disposto a carregar, ou aguenta carregar, depende se você vai contratar alguém para dividir o peso com você, se você vai levar os não sua própria comida.
Basicamente procuramos utilizar roupas leves, evitamos camisas de algodão e outros tecidos que ficam encharcados. Usamos muito camisas de corrida que secam rápido. Uma preocupação no Roraima é o frio. Bons casacos, segunda pele e saco de dormir são fundamentais. Falando em dormir, gostamos de usar isolantes infláveis, que além do conforto também salvam do frio. A chuva é uma certeza, logo roupas impermeáveis e sacos estanques também são uma boa pedida.
Fizemos um post sobre o que levamos de comida e em breve faremos um post sobre os materiais.
Como chegar
O início do trekking do Roraima acontece no Parque Nacional Canaima, no lado venezuelano do Monte. Deve-se pegar um avião de qualquer parte do Brasil rumo a cidade a Boa Vista no estado de Roraima. De lá atravessa-se a fronteira de táxi até Santa Helena de Uiarén na Venezuela.
Em Santa Helena costuma-se dormir pelo menos um dia e sair rumo a comunidade indígena de Paratepuy no dia seguinte pela manhã. Aí é só assinar o livro com os guardas-parque colocar a mochila nas costas e caminhar.
Dia-a-dia no Roraima
No vídeo abaixo contamos com detalhes como funciona a trip no Monte Roraima. Aproveite!
[kad_youtube url=”https://www.youtube.com/watch?v=I7pYZX3n5LU” ]
Preservação
O Monte Roraima é um local incrível e o número de visitantes vem aumentando bastante nos últimos tempos. Conversando com o guia percebemos a sua preocupação com o local. Muitas pessoas vão para os trekkings sem o mínimo de consciência ecológica para desfrutar do local sem destruí-lo.
Principalmente nas áreas de camping vê-se muito lixo largado pelo chão. Latas de bebidas, pacotes de biscoito, papeis. Não existe uma lixeira no local. Por tratar-se de uma área remota é necessário que cada um leve de volta exatamente tudo o que levou.
Outra questão bem particular com relação a preservação do local se refere aos dejetos humanos. A área remota não possui banheiros então precisamos enterrar as nossas fezes quando possível. No alto do tepui, por se tratar de um terreno bastante pedregoso, não há a possibilidade de enterramos os dejetos humanos. A melhor opção entendida por nós foi carregar um tubo de PVC para que pudéssemos colocar ali as fezes. Fazíamos nossa arte em um saco plástico e na sequência depositávamos no tubo. Como foi nossa primeira vez compramos o tubo de 100mm e achamos muito estreito. Após a chegada de volta a cidade deixamos o tubo de PVC para ser levado pelo sistema público de saneamento básico.
Observamos muito descuido principalmente com relação a questão delicada das fezes. Existem lugares incríveis no caminho que são verdadeiros campos minados. Um mais distraído sai de certos lugares um tanto quanto frustrado com as solas dos sapatos cheias de m.