Nota do Edinho
Isabél Suppé é uma nômade de origem alemã. Que viajou para a Argentina para estudar pós graduação em literatura. Entre passeios pela Patagônia e Mendoza se encantou e acabou ficando por lá. Apaixonada pelos Andes, por café latte com canela e blueberry cheesecake. Essas últimas são informações relevantes por que em vários momentos do livro você vai sentir vontade de experimentar essas iguarias (se nunca o fez como eu).
O livro homônimo da principal obra do famoso artista Vicent van Gogh, que inclusive ilustra a capa, nos mostra a arte da vida e da morte.
Em Noche Estrellada, Isabel narra tudo o que lembra do acidente ocorrido na Asa Esquerda do Condoriri. Há poucos metros de terminar a cordada uma queda arrancou ela e o parceiro de escalada, o australiano Peter Cornelius, da parede. O resultado óbvio, após 400 metros de queda era a morte de ambos. Mas a história reservara um fim diferente. Peter quebrou ambas as pernas e Isabel quebrou uma, com fratura exposta. Nessas condições ela passou duas noites na montanha, rastejou em direção ao último acampamento e sorriu aliviada quando foi encontrada pela equipe de resgate.
Me extranã darme cuenta que miro el cielo estrellado sobre el Condoriri y que, a pesar de todo, me sigue emocionando su belleza. Es una noche espantosamente fría con mucho viento pero aún así no deja de ser bella.
Demasiado bella para morir.
Rico em detalhes, o livro viaja para o mundo de Suppé após o acidente. O início na escalada, a paixão pelos Andes e, claro, a dura recuperação. A rotina nos hospitais, o contato com as pessoas, os milhares de sonhos confusos, tudo seguido de uma invejável dedicação para voltar para as montanhas.
Gostei muito do livro da Isabel. Ela escreve com uma narrativa fácil. Ler seu livro fez parecer que eu estava sentado ouvindo-a contar toda a história. E diversos dos lugares narrados entraram para a minha bucket list de picos de escalada.
Recomendo a leitura!
