Atualizando os relatos de trilha do Caminho a Dois, depois do relato do Oregon, chegou a vez do ultimo relato de trilha dessa jornada, Washington. Caminho a Dois é uma aventura de Edinho e Bia onde se propuseram a percorrer os 4.268 km da Pacific Crest Trail. Também conhecida como PCT, uma trilha de longo curso que percorre a costa Oeste dos Estados Unidos no sentido longitudinal, conectando a fronteira daquele país com o México até a divisa com o Canadá.
Washington
O último trecho de um projeto é o menos estudado e mais esperado. Pelo menos foi assim no nosso caso. Não sabíamos muito bem o que esperar, mas chegar na Bridge of Gods (a ponte que cruza do Estado do Oregon para Washington foi sinônimo de muita felicidade. A gente entendeu que mesmo que acontecesse imprevistos, terminaríamos a PCT como Thru-hikers.
Após superar as longas distâncias e variações de altimetria da California, de passar pelo Oregon, chegou a hora de caminhar rumo ao fim do projeto.
Números do Washington
- Distância da fronteira com México: 4.268,9 km
- Dias do início: 166
- Distância total do Washington: 813,9 km
- Dias no Washington: 27
- Período: 22 de agosto à 17 de setembro
- Média km/dia: 30,1 km
- Altimetria positiva acumulada: 31.570m
- Altimetria negativa acumulada: 31.707 m
- Neros (distância < 20 km): 2
- Dia mais longo: 41,7 km
- Dia mais curto: 14,5 km
- Temperatura mais quente: 28 ºC
- Temperatura mais fria: -6 ºC
O que esperar do Washington?
Em Washington a PCT segue, na maior parte do tempo, o traçado da Cascade Crest Trail, uma trilha construída entre 1935 e 39. É a parte com maior variedade da Pacific Crest Trail. Floresta de pinheiros, regiões de glaciares e vulcões em atividade permitem maravilhosos visuais. Isso quando a chuva da uma pausa e as nuvens deixam uma brecha.
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A trilha
Com relação a dificuldade técnica, o Washington é o mais técnico da PCT. Em alguns momentos as subidas são íngremes, não existindo os famosos ziguezagues dos trechos anteriores. A trilha também percorre trechos de lava vulcânica, principalmente nas proximidades do Mount Adams. Em relação aos vulcões, belos visuais do Mount Rainier e Mount St. Helens também são observados.
Na nossa experiência, incêndios fecharam três trechos da PCT o que nos permitiu viver uma ótima experiência ao caminhar pelos desvios. Pelo fato da trilha ter muito fluxo de pessoal nos últimos anos, o caminho é muito bem demarcado. Nas oportunidades onde desviamos do trajeto original a trilha muda de característica. A navegação ganha um bom grau de dificuldade, particularmente por não estar disponível no aplicativo de GPS. O que acaba tornando a caminhada mais técnica e interessante. Por outro lado, a vegetação invade a trilha em alguns trechos e árvores caídas são constantes obstáculos.
Natureza
A natureza no Washington segue um dito popular: “Quando você consegue ver o Mount Rainier significa que vai chover. Quando você não o vê, está chovendo.” Desde o início da nossa jornada os americanos diziam que o ideal seria terminar a trilha antes de 15 de setembro porque nessa data o tempo mudaria no Washington. Porém, bastou cruzar a Bridge of Gods e logo no primeiro dia no Washignton começou a chover.
Uma das características mais marcantes da Cascade Crest no Washinton é a chuva. A região é muita úmida, o que fica claro ao observar as belíssimas florestas com árvores enormes e muita vegetação. Analisando a altura dos musgos no tronco das árvores também identificamos que durante o inverno há uma enorme quantidade de neve na região.
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Ressuprimento
- Cascade Locks (refeições, mercado, material, banho, lavanderia)
- White Pass (refeições, mercado, material, banho, lavanderia)
- Snoqualmie Pass - Issaquah (refeições, mercado, material, banho, lavanderia)
- Stevens Pass (refeição, mercado)
- Steheiken (refeição, material na caixa, banho, lavanderia)
Nossa estratégia de ressuprimento no Washinton foi continuar evitando as cidades. Isso porque o deslocamento entre os Pass e as cidades eram muito trabalhosos. Dentro desse quadro, nos abastecemos antes de deixar o Oregon.
No Washington, compramos comida no White Pass, onde também recebemos uma caixa da Adriane e do Thales. Um casal de brasileiros que vive em Issaquah e ao saber da nossa aventura fizeram contato nos oferecendo ajuda. Enviaram essa caixa surpresa, recheada de delícias brasileiras e também nos hospedaram na casa deles.
De Issaquah enviamos uma caixa pra Steheiken e compramos alguns snacks no Steven Pass. Com relação ao material, compramos uma calça impermeável para Bia.