Blog do Edinho – Renovando o ciclo

Nasci no dia 26 de abril de 85. Até entrar na escola, ou melhor, até ter provas bimestrais na escola era tranquilo. Dali em diante era sempre um dos dias da semana de prova do primeiro bimestre. História e Geografia foram as que mais se revezaram como presente. Mas minha mãe se reinventava e anualmente encontrava uma brecha antes de 5 de maio e fazia uma festinha pra mim e para meu irmão.
Celebrar essa data é bom. Mas melhor mesmo são as reflexões que surgem. Oportunidades de reafirmar crenças, corrigir direções e analisar posturas. Hoje entendo essa data assim. Não tenho anseios de comemorações, por entender que todo dia deve ser celebrado. Fico feliz e grato com mensagens e ligações, mas o foco desse período do ano são os pensamentos.
2017, veio diferente. O presente veio antecipado e no dia 25 de abril vivi um episódio significativo. Mais conceitual que prático. Pela primeira vez, durante um salto de paraquedas, tive uma desconexão. É, eu sei, vou precisar explicar.

Desconexão – abertura do paraquedas reserva

Quando vamos saltar do avião, conduzimos dois paraquedas, o principal e o reserva. Quando acionei o paraquedas principal ele apresentou uma anormalidade, abriu mas não estava funcional, o que fez com que eu o desconecta-se, voltando à queda livre, e acionasse o paraquedas reserva. Uma atividade prevista e até normal, mas que necessita uma resposta rápida e acertada do paraquedista.

Para quem não conhece essa atividade, o primeiro pensamento que vem a cabeça é “Nossa, ele quase morreu”. De fato, essa possibilidade até existiu, mas com uma probabilidade bem pequena. Durante aquelas frações de segundos nem pensei nisso. Minha sequência de pensamentos foi mais ou menos assim: “cheguei na altura vou comandar a abertura do principal; check visual; pane, vou tentar sanar; não resolveu, procedimento de emergência; check visual do paraquedas reserva; check funcional; onde está a area de pouso; vou pousar em segurança”. No chão, quando pousei, muitas pessoas vieram me perguntar o que senti, o que pensei, como é isso. Nessa hora comecei a refletir.

Procedimentos de emergência

Eu sou um apaixonado pela vida. É um amor tão grande que me faz desejar viver meus dias intensamente. Sabendo que a morte um dia vai bater a minha porta, me preparo para bem recebê-la e não me arrepender de nenhum segundo desperdiçado. Adoro desenvolver e praticar algumas atividades que oferecem risco. Isso me alimenta, me conecta com a natureza e me permite o desenvolvimento do auto-conhecimento. Porém em todas essas atividades a minha maior preocupação é com a segurança.

Procedimentos de emergência são atividades desenvolvidas para resolver algo que fuja da normalidade. Quando pensados, programados e treinados previamente, são realizados quase que automaticamente e o problema apresentado é resolvido com presteza, minimizando suas consequências.

No fato narrado acima, eu confesso até uma curiosidade. Nas montanhas, já tinha experimentado situações complicadas e tinha me virado bem. Mas saltando de paraquedas eu conhecia o procedimento. Antes de cada salto sempre o treinava relembrando o que fazer, mas nunca tinha praticado. Pairava uma certa curiosidade se eu de fato estava preparado. Agora não existe mais.

Planos, projetos e sonhos

Após reafirmar a importância de entender, estudar e estar preparado para procedimentos de emergência em todas as áreas da vida, refleti sobre o que vem por aí. Minha cabeça é uma fábrica de sonhos e buscar transformá-los em realidade é o que me move.

2017 nasceu especial. Principalmente pela união com minha querida e amada Bia. Um evento para celebrar o amor sempre merece especial atenção. O Sua Casa é o Mundo vem crescendo, estamos participando de eventos incríveis e a infinidade de amigos que estamos conhecendo por meio desse canal reafirma nossa crença de que tão especial quanto nossas andanças são as relações interpessoais que surgem.

Na área do cinema, estamos às vésperas de lançar o 500 Jalapão Bikepacking. Um documentário sobre a trip de bicicleta pelo Jalapão. Eu e Bia seguimos estudando cinema e em breve tem novidade vindo na área. Na área esportiva o foco atual é o treinamento para o UTMB. Um sonho que permeia minhas ambições desde 2013 e está prestes a se concretizar. O projeto Ponto Alto 10 segue em stand by respeitando as curvas do rio da vida, aguardando a oportunidade de ser concretizado.

Segue o baile

Aprendendo a viver em Niterói (já tem 2 meses que me mudei pra cá), treinando e sonhando com o UTMB, estudando fotografia, cinema e um pouquinho de Francês. Percorrendo montanhas, saltando com minha querida Bia e sempre que possível tirando falta nos sambinhas da vida. É assim que renovo o ciclo e sigo caminhando.

Gratidão enorme à família de amigos que carinhosamente me ligou, mandou boas energias, mensagem, SMS, Zap, insta, face… hoje em dia é fácil mandar parabéns, hehehehehe. Abraços, bons ventos e o desejo que vocês tenham em dobro tudo o que me desejaram.

A sorrir, eu pretendo levar a vida!