Viajar é, sem sombra de dúvidas, uma das melhores coisas da vida. Quando é possível aliar à viagem um esporte, uma aventura com doses de adrenalina, emoção e superação considero que a atividade passa a beirar a perfeição! Uma curiosidade engraçada é que a medida que realizo desafios minha mente passa a imaginar novas situações. Assim, num insight, decidi ir do Rio de Janeiro para Belo Horizonte de bicicleta. A ideia era boa, porém o momento não era tão oportuno. O desejo era estar em BH para a ceia de natal com a família, mas no dia 22 de dezembro, à noite, eu precisava devolver as chaves do apartamento que eu alugara em 2014. Assim eu teria os dias 23 e 24 para realizar a trip.
PLANEJAMENTO
A primeira decisão a ser tomada na fase de planejamento foi definir qual seria a bicicleta. Pedalar numa Mountain Bike ou numa Contra Relógio? A bicicleta MTB se aproxima mais daquelas bikes que estamos acostumados a ver nas ruas. Permite pedalar numa posição mais confortável, conduzir aforges (bolsa que se acopla na bike para conduzir material) e tem marchas mais leves que facilitam na hora de encarar as subidas. A bike de Contra-Relógio é um tipo de bicicleta voltada para performance. É muito utilizada em competições de ciclismo e provas como Ironman, com um design arrojado pensado na aerodinâmica ideal para ganho de velocidade. Nos planos e descidas ela desenvolve muito mais que a outra. Porém, a posição do corpo para favorecer essa aerodinâmica é muito desconfortável, ainda mais com uma mochila nas costas. Como a bike de MTB tem o rendimento muito inferior em planos e descidas e pensando na escassez de tempo que eu tinha para cobrir toda a distância, resolvi que a melhor opção seria a bike de contra-relógio.
Outro aspecto importantíssimo na fase de planejamento foi definir qual o trajeto e como iria percorrê-lo. Decidi iniciar junto com o sol. Pensava em sair de casa por volta de 05:30, porém julguei que seria perigoso passar pela Av. Brasil, ainda mais naquele horário. Pedi a um casal de amigos, Érica e Caco, para me levarem de carro até a Washington Luís, a conhecida BR – 040. O previsto era pedalar 223Km no primeiro dia, do Rio até a cidade Santos Dumont, e no segundo dia seguir de Santos Dumont para BH. No momento em que eu planejava dois amigos, Leandrinho e Rodrigo, me perturbaram muito alertando sobre as condições das estradas, principalmente nas proximidades de BH. O trecho crítico no tocante a segurança é entre Conselheiro Lafaiete e BH, por possuir um intenso tráfego de caminhões e não ter acostamento, além do asfalto não ser tão bom. Assim, liguei para o meu pai, que estava em BH, solicitando que ele fosse meu apoio de Lafaiete em diante.
Decidido qual a bike e qual o caminho a ser seguido terminei a preparação logística organizando os equipamentos de manutenção da magrela e a minha alimentação. Levei 3 câmaras de pneu sobressalentes, 5 tubinhos de ar comprimido, ferramentas e espátulas para troca de pneus. Para comer conduzi alguns sachês de gel, água, isotônico e Endurox R-4. Decidi não levar muita coisa e tinha dinheiro em mãos, de forma que qualquer necessidade eu podia parar nos lugares e comprar. Toda essa preparação aconteceu após o término da mudança, ou seja, entre às 22:30 do dia 22 e às 02:30 de 23 de dezembro.
A AVENTURA
DIA 1
Após ter carregado móveis, pintado o apartamento velho, ter esperado até tarde para entregar as chaves e ter ido dormir tão tarde foi impraticável sair de casa no horário previsto. Quando fui dormir, pouco antes das 03:00 acertei um atraso intencional com a Érica. Assim, por volta de 8 horas, após um café reforçado, embarquei a bike no carro para o transporte até o ponto de partida. Já nesse momento a primeira surpresa: pneus vazios e bike sem adaptador de bico (para encher o pneu com bomba normal ou bomba de posto). Tentamos passar em alguma loja, porém só abriria as 9 horas da manhã. Preferi não perder tempo esperando e decidi usar o ar comprimido. Como estava atrasado combinamos de iniciar o pedal no retorno do pedágio da Washington Luis, antes de iniciar a Serra. Nesse momento erramos o caminho e eu acabei roubando uns 45 Km. O início foi no retorno do meio da Serra. Me senti um pouco culpado em estar saindo fora do horário e mais ainda de ter pego essa carona, mas logo fiquei tranquilo porque não tinha nenhum projeto prévio e eu não tinha nenhum compromisso. Na verdade eu só queria chegar em BH antes do natal. Me despedi da Érica e do Caco e por volta de 09:40 iniciei a minha jornada.
Comecei girando tranquilo, readaptando, me reconhecendo, a ultima vez que eu tinha pedalado numa bike de contra-relógio tinha sido no Ironman Brasil de 2013. Mas, como diz o velho dito popular, andar de bicicleta não se esquece.
Pouco depois das 10 da manhã cheguei ao Castelo de Itaipava, onde observei um ciclista fazendo reparos na bike e me aproximei. Era o Bards, um camarada de Juiz de Fora que tinha saído pela manhã para um treininho de 200 km. Ele tinha quebrado um raio e estava arrumando. Conversamos, ele tirou essa foto ao lado e decidimos seguir juntos em direção a JF. O que foi ótimo (mais uma amizade encontrada nessas andanças) e perrengue ( ele pedala muito, mas muito mais que eu e para acompanhá-lo nas subidas eu passava um veneno, hehehe).
Rodamos até Três Rios onde paramos para almoçar. Na saída, primeira surpresa: pneu do Bards furado! =D Minha primeira troca de pneus, do Bards já devia ser terceira ou quarta. O maluco já estava “pro” na troca. Rapidinho trocamos tudo e voltamos para a estrada. Não demorou muito, alguns km a frente e foi minha vez, pneu traseiro furado. A rotina de identifica, tira a roda, tira a câmara, acha o furo, coloca câmara, enche pneu, se repetiu por algumas vezes, inclusive em uma delas realizamos os trabalhos sobre uma ponte. Quando o Bards colocou o capacete na mureta da ponte o óculos dele caiu lá de cima. O treino dele já estava ficando caro, vários pneus, óculos e na sequência o câmbio estragado. Não satisfeita com “apenas” troca de pneus a magrela dele teve o câmbio quebrado. Ele desenrolou uma gambiarra e teve que seguir em uma única marcha. Pensa, pedalar nas estradas de “Montanhas Gerais” sem trocar marcha! O Bruto não só o fez como me deixava para traz em todas as subidas. Como ele estava com uma bike speed, nas descidas e planos eu conseguia tirar o prejuízo e assim seguíamos. Mais a frente um pouquinho veio uma chuva torrencial que nos refrescou bastante. Confesso que me preocupei um pouco ao sentir a instabilidade, lembrei do Long Distance de Pirassununga em 2012 que também teve muita chuva. Passada a tempestade, dessa vez, não teve a bonança. Teve sim, a bendita serra de Juiz de Fora. Deu certo, chegamos. Era hora de despedir do brother de pedal. Ele entrou no trevo para Juiz de Fora e eu segui em direção a Santos Dumont até encontrar uma placa indicando ciclistas. Parei para fazer uma foto e desmoronei na grama, exausto. Me permiti 15 minutinhos de descanso, refleti sobre tudo que passara até ali, me questionei entre ficar em JF e seguir para Santos Dumont e optei pela segunda opção. Levantei, sacudi a grama e voltei para estrada. Já devia ser por volta de 18:30 quando passei por cima de uma pedrinha e senti a roda traseira, tentei não acreditar mas não adiantava reagir. O pneu traseiro estava esvaziando. Sem bomba, com apenas uma câmara reserva e sem kit reparo achei sensato voltar a JF para reparar os danos e segui no dia seguinte. Liguei para tia Rô, que mora em lá, pedindo abrigo. Após me dar uma bronca pela aventura ela disse que estava me esperando. No caminho pra casa dela encontrei um vendedor de abacaxi e acabei levando dois para amenizar a bronca. hehehehe. Funcionou. Após explicar toda a viagem para ela e pro tio Bessa ele me deu uma carona até a loja de bike e eu reparei as câmaras furadas, coloquei fita anti-furo nos dois pneus e comprei uma bomba. Voltei para casa, jantei e fui pro merecido descanso do guerreiro.
DIA 2
Às 04:30 já não conseguia mais dormir. Rolava para um lado, para o outro, estava muito ansioso. Levantei, fiz alguns alongamentos e às 05:00 como combinado todos estavam de pé para tomar café comigo. Fiquei lisonjeado, aproveitei muito aquele momento e as 05:30 me despedi.
Sozinho de novo, comecei a desfrutar o melhor dos sentimentos que percebo ao me colocar em situações como essa. Fora da minha zona de conforto eu acredito viver uma discussão interna acirrada. Meu id, ego e superego se materializam no meu imaginário na forma de um anjinho danado e de um diabinho sensato. Eles se amam, se completam e brigam como irmãos. Quando estou lá, cansado, ofegante, sentindo dores e questionando se vou conseguir o que me propus a fazer eu começo a “viajar”. Parece papo de bêbado, talvez até seja. O desafio do autoconhecimento e da superação, realizando atividades físicas intensas, me deixam entorpecido. Lembrei da infância, refleti sobre o ano que passara e projetei o que estava por vir. Imprimi um ritmo forte sem perceber e me assustei com a proximidade de Santos Dumont. Liguei para o Emerson, um amigo do ultra trail (ultramaratona em trilhas, normalmente em montanhas) e combinamos que ele me encontraria da entrada de Santos Dumont.
Ao chegar no trevo da pequena cidade lá estava ele com um banquete para mim. Um saco cheio de pães de queijo e 4 garrafas de isotônico. De quebra, levou o sogro para tentar convencê-lo que existem mais doidos que ele por aí. Acho que não conseguiu! Hehehehe. Conversamos um pouco sobre o meu dia anterior; lembramos das nossas aventuras nos 160km do La Mision, nas montanhas de Villa La Angostura na Argentina; e esclarecemos alguns pontos sobre o caminho que me esperava. Não tive surpresas, como nos estudos que eu tinha feito, agora seria a hora do trecho mais difícil. Eu iria encarar o crux (ponto mais difícil de uma via de escalada) do segundo dia, a Serra de Barbacena.
Amigo, que serra!!! O pedal girava lentamente, eu fazia uma força absurda e a bike resistia, vacilando em avançar. Pouco a pouco, num jogo de desenvolvimento da paciência, eu progredia. Por vezes, em toda viagem, passava alguém buzinando e me incentivando. Nessa subia essa motivação era elevada a décima potência. Vibrei muito com um caminhoneiro que conduzia uma carga bem pesada avançando devagar, muito devagar. Ao passar por mim ele buzinou empolgado e eu acompanhei com os olhos aquele gigante, sofrendo para vencer a subida e fazendo-o devagar e sempre. Comecei a fazer um zigue-zague para enganar o perrengue e nem acreditei quando vi o asfalto ficar plano. Pronto! Pensei. Vou chegar a BH, com certeza! Avistar a placa confirmando que cheguei à Barbacena às 11 horas da manhã superava minhas melhores expectativas. O medo de não conseguir chegar a tempo deu lugar a uma confiança motivante.
Segui mantendo o ritmo. Superada a serra, encontrar variações de subida, descida e plano era muito bom, particularmente quando tinha uma descidinha antes de subir. Eu embalava e subir era bem mais agradável. Nessa pegada cheguei a Ressaquinha e ao ver o jardim que fica às margens da estrada lembrei das viagens infantis, quando eu ficava fascinado com o desenho da bandeira do Brasil formado por flores. Parei e pedi para um casal de velhinhos para tirarem uma foto. Que engraçado! O senhor pegou o telefone da minha mão, passou para a esposa e começou a orientá-la. Ela ficou toda confusa e eles levaram bons minutos para se entenderem. Eu me divertia com a boa vontade deles e com a acomodação do senhor que ao invés de fazer ficava azucrinando a esposa. hehehe.
O dia estava muito bonito, com um sol agradável e tudo fluía melhor que a mais otimista das previsões. Cheguei a Conselheiro Lafaiete e parei num posto para abastecer. Precisava comer, completar a água e o isotônico das garrafinhas. Ao entrar no restaurante do posto, mais do que nas situações anteriores, as pessoas me olhavam como um extra terrestre. Já até estava acostumado com isso, mas naquele lugar foi diferente. Ao saber de onde eu vinha e para onde ia as pessoas começavam a me perguntar sobre a minha viagem. Dois fatos curiosos foram um caminhoneiro que ao saber o meu percurso emendou: “Caraca mermão, do Rio para BH cansa muito de caminhão, imagina de bicicleta?” e em seguida me orientou “por favor, toma cuidado com os caminhões. Sabe como é, Natal, todo mundo doido pra chegar em casa. Daqui pra frente não tem acostamento não!”. Após uma conversa rápida e divertida me dirigi para a bike para voltar à estrada quando um sujeito desceu de um carrão dizendo “É verdade mesmo que você está indo do Rio para BH?” concordei fazendo que sim com a cabeça, sorrindo. Ele veio em minha direção e mandou “posso tirar uma foto com você?” Sorri sem entender porque respondendo “Até pode, cara, mas não sou famoso não!”. “Pra mim é, Se vai de bike do Rio pra BH é sim!” disse pedindo que a esposa saísse do carro para nos fotografar. Me despedi muito feliz, me lembrei da vibe positiva das pessoas nas ruas de Pucón, no Ironman 70.3. A energia que me salvara nos últimos km da corrida daquela prova voltava a aparecer e a me incentivar. Me amarro nesse apoio anônimo que nos traz uma força e uma motivação insana.
A alimentação foi um dos pontos que modifiquei do primeiro para o segundo dia. Senti que ter almoçado prejudicou um pouco o rendimento. Decidi que no segundo dia me alimentaria na mesma frequência que em todas as provas de longa distância que já realizei. Minha fórmula do bolo é alimentar de 45 em 45 minutos e hidratar de 15 em 15. Comia ora pão de queijo, ora banana. Bebia água, isotônico e endurox R-4, sem respeitar nenhuma cronologia. Funcionou bem. Já estava perto de completar 200 km no segundo dia e a sensação de cansaço era muito menor que a do dia anterior. Liguei para o meu pai que já estava em Lafaiete e pedi para ele comprar um material de reparo da bike e me encontrar na estrada. Eu seguiria pedalando para não me atrasar esperando por ele em algum lugar.
De volta a estrada comemorei ao ver a placa de 90km para BH e segundos depois tomei o primeiro susto do trecho sem acostamento. Um grande caminhão vermelho passou muito perto de mim, tirando um fininho. Senti medo de verdade e percebi que esse perrengue seria uma constante dali em diante.[kad_youtube url=”https://www.youtube.com/watch?v=3SzmJld-LeI&feature=youtu.be” width=2,5 height=1 ] Essa situação se repetiu algumas vezes, porém, ainda que incomodado, acabei me acostumando com isso. O cansaço aumentava, BH se aproximava e a proximidade do meu objetivo me empolgava mais e mais. Até que algo muito desagradável aconteceu: um caminhão branco, desses de mineradora, reduziu ficando lado a lado comigo, estranhei sem entender, foi tudo muito rápido, o motorista esbravejou algo gesticulando com as mãos. Em seguida, observei o caminhão deslocando-se lentamente para a direita me forçando a sair da estrada. Quem já viveu um acidente sabe como é. Eu vi um filme da minha vida em frações de segundos. O caminhão cresceu próximo a lateral do meu corpo, eu reduzi desviando para a direita, quase que automático. Na hora me veio a cabeça “é meio de vida, não é meio de morte.” Fiquei triste. Perdi o tesão na hora. Não queria acreditar no que tinha ocorrido. Dias antes quando contei sobre a trip a uma amiga ela me disse para não ir. Contou que achava perigoso, pois por aqui além de não ter estrutura para tal atividade ainda contamos com a falta de respeito e a falta de educação das pessoas. Sugeriu que eu tentasse tal feito nas estradas francesas ou espanholas, mas não no Brasil. Discordei e fiquei chateado. Não gosto de ouvir as pessoas diminuírem o meu país, mas tenho que concordar. O respeito ao próximo, em nossa terra, é esquecido em diversas situações.
Me recuperei e voltei para a estrada até encontrar meu pai. Nosso sistema de apoio era realizado da seguinte forma: Ele me encontrava, deixava que eu passasse por ele e abrisse certa distância. Então, ele me ultrapassava e parava em outro ponto mais a frente. Assim, ao encontrá-lo contei o ocorrido. Procuramos alguma solução para ele me escoltar até BH, mas concluímos que seria muito perigoso particularmente naquela data. Lembrei de um texto do Rafael Duarte que li no Portal Extremos sobre um não cume no Mont Blanc. Decidi que mais importante que chegar a BH era terminar a trip em segurança. Por volta das 16 horas acabou minha jornada. 50 Km antes de BH. Os 438 km ficaram como meta a ser atingida em outro lugar no Planeta. E a Jornada de Petrópolis a Itabirito me ensinou muito, principalmente sobre respeito!
Pontos Importantes sobre Aventuras
[blockquote align=left]
- PREZAR PELA SEGURANÇA
- ESPECIAL ATENÇÃO A NUTRIÇÃO
- RESPEITAR LIMITES
- NÃO ECONOMIZAR EM EQUIPAMENTOS
- ESTUDAR PONTOS CRÍTICOS
- TER PLANOS ALTERNATIVOS
- MANTER O FOCO
[/blockquote] Quando tenho uma ideia e escuto meu anjinho da consciência falar “Caô, tu não vai fazer isso não!” não consigo sossegar enquanto não realizo. Entretanto, nessas andanças, cada vez mais tenho aprendido sobre como me organizar e preparar adequadamente para evitar desprazeres.
O primeiro aspecto que tenho como regra é prezar pela segurança. “É meio de vida, não meio de morte.” é um lema interessante que gosto de praticar. Por mais radical que seja a atividade sempre haverá procedimentos de segurança a serem considerados. Negligenciá-los pode ser uma roubada. A montanha, a estrada e o mar sempre estarão prontos para uma segunda vez.
Nenhum motor funciona sem combustível. Toda máquina precisa ser alimentada e a qualidade desse alimento reflete diretamente na qualidade da produção. A frequência da nossa alimentação e a correta distribuição dela interfere muito no nosso rendimento. A medida que me aprofundo em esportes de longa duração mais importância tenho dado a nutrição.
Na infância eu cresci ouvindo minha mãe dizer que tudo na vida tem limite. Aprendi isso e comecei a gostar de superar meus limites. Ainda que isso seja possível descobri que ao superar velhos limites atingimos novos limites. Mas tudo na vida tem, sim, limites. Entendê-los e respeitá-los é uma ótima maneira de entender o insucesso e estabelecer metas coerentes para conseguir transformar sonhos em realidade.
Quanto mais extrema, radical e complexa a atividade mais dependentes de fatores externos ficamos. Amenizar surpresas desagradáveis é possível. Particularmente ao conhecermos os equipamentos que utilizamos e quando podemos confiar neles. Daí surge uma necessidade de investir em materiais que atendam as nossas demandas. Existem equipamentos baratos que podem ser usados para várias coisas, porém em algumas situações não é o caso economizar. Vi uma garota abandonar uma prova de 160km por causa de uma meia ruim que furou, ferindo o pé dela. Uma das coisas que ela disse foi que uma economia de $50 fez ela perder um ano de treinamento.
Na fase de planejamento, ao estudar o que vai ser realizado, estamos nas condições normais de temperatura e pressão. Identificar prováveis perrengues e definir alternativas é uma ótima ideia. É possível prever diversas situações adversas. Se já temos em mente algumas alternativas quando estivermos cansados e nos depararmos com tais situações decidir a linha de ação a tomar será menos complicado.
Quando definimos uma aventura temos um objetivo. O famoso para quê? Para quê você vai correr, escalar ou remar isso tudo? Para se desafiar? Para buscar o autoconhecimento? Para superar um limite? Ou para se divertir? Conheça seu objetivo e mantenha seu foco. Uns criam mantras, outros músicas, alguns apenas mentalizam. Encontre sua maneira e lembre-se de manter o foco.
Boas aventuras!