É difícil descrever tantas emoções sentidas no último domingo. Dia 09/10/2016 foi dia de completar a minha segunda prova de triathlon e ao mesmo tempo última antes do Ironman 70.3.
Quando iniciei meu treinamento no Triathlon tinha o tempo todo como objetivo o Ironman Rio 70.3 e para isso tinha me proposto a fazer pelo menos um triathlon na distância olímpica como teste. Mas, resolvi me inscrever em mais essa prova para poder ajustar tudo e estar mais confiante para a minha meta.
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A preparação
Após 8 meses de treinos me sentia bem mais confiante para essa prova do que me senti quando completei a prova de maio com pouco mais de 2 meses de treino. Mas, como me cobro muito, a ansiedade parecia até mesmo uma pontinha maior. Queria ver o resultado do caminho percorrido até aqui e, além disso, queria me sentir confiante para a prova do mês que vem.
Passei por diversas etapas de treinamento. Comecei a treinar numa equipe, o que ajudou a deixar os treinos mais divertidos e ao mesmo tempo mais intensos. Principalmente os treinos de bike.
A prova
Ansiedade a flor da pele. Cheguei ao local da prova dentro do tempo planejado. Organizei a transição e fui me aquecer no mar. Dei apenas algumas braçadas, confirmei o ajuste dos óculos, dei um abraço apertado no Edinho e já era hora de seguir para a largada.
A Natação
Dada a largada era hora de correr pro mar. Essa é a hora que mais detesto de toda a prova de triathlon: a largada da natação. Odeio a sensação de que vou ser atropelada por todas as pessoas que vem nadando na minha direção, por isso não gosto de largar muito na frente. Mas, sempre que largo mais no final me sinto sufocada por ter que ultrapassar várias pessoas e me sentir encurralada no meio da multidão.
Dessa vez a largada foi perfeita. Consegui me posicionar bem a esquerda e segui as dicas de uma amiga sobre a correnteza na região. Super funcionou. Não larguei embolada com as outras meninas e quando cheguei na primeira boia estava bem posicionada.
A primeira volta da natação (750 m) demora um pouco a encaixar, mas fluiu. Quando me dei conta já era hora de sair da água e entrar para a segunda volta. Saio sempre na areia com a sensação de: “O que que eu estou fazendo aqui? Morta na primeira volta da natação?”. Mas não me deixei abalar. Entrei na água para a segunda volta seguindo a mesma estratégia de posicionamento. Fluiu. Coloquei força nos braços e mandei ver. Saí da água com 29:36 minutos de provas. Nada além ou aquém do esperado.
Transição 1
Essa foi a hora em que me embolei. Saí caminhando / correndo pela área de transição até o STAFF que me ajudou com a roupa de borracha. Depois segui até a minha bicicleta. Tira óculos e touca, coloca capacete, óculos de sol, bermuda de ciclismo, pega a bike e vai. Na hora da prova isso tudo parece uma sequencia de atos difícil de realizar. Deixei para colocar a sapatilha na hora de subir na bike e não funcionou. Larguei a bike no chão, coloquei a sapatilha e dei início ao pedal.
Ciclismo
O ciclismo foi a modalidade que me surpreendeu nessa prova. Consegui pedalar muito bem. Fiz uma média de 31,64 km/h o que é bastante para mim. Iniciei com calma e confiança. Já na primeira volta do ciclismo consegui encontrar um pelotão e por algum tempo pedalei no vácuo aproveitando para fazer menos força. Mas, logo me desliguei desse pelotão e segui a minha prova com a cara no vento.
Na segunda volta do ciclismo resolvi tentar alcançar um pelotão que estava a minha frente. Para isso estava pedalando bem forte para alcança-los, foi quando achei que estava puxando demais. Resolvi que contaria até 60. Se não os alcançasse manteria o meu ritmo sem forçar. Cheguei no 60 e desisti de alcançar o pelote, foi quando passaram por mim 3 caras voando e eu tentei acompanhar. Quando olhei o marcador de velocidade 40 km/h! Não durei muito assim. Mesmo no vácuo essa velocidade é muito intensa para uma ainda iniciante no mundo do triathlon. Voltei ao meu ritmo e já estava na reta final.
Nessa ultima reta até a transição o vento apertou. Estava dura a pedalada. Foi quando comecei a ver um aglomerado de mulheres e uma gritaria. Pronto. Pelotão formado. Cada uma puxava um pouco. Entre gritarias e revezamentos nos aproximamos juntas da chegada.
Fiquei muito feliz com meu pedal. Consegui andar no pelotão, consegui pedalar com o vento na cara e principalmente, consegui curtir a prova!!
Transição 2
Cheguei na transição cansada. Negligenciei a hidratação na prova. Não comi nada de carboidrato e apenas tomei um pouco da água do reservatório da frente da bike. Era hora de trocar a sapatilha pelo tênis, pegar o número de peito e trocar o capacete pela viseira. Demorei mais do que o previsto. Mas, peguei as minhas balinhas de carboidrato, tomei uma boa golada de água e parti para a corrida.
Corrida
A corrida foi incrível. Eu estava com as pernas cansadas do pedal, mas tinha ido bem até ali e fui para a prova com a ideia de me divertir! E assim eu fiz. Tracei uma estratégia na hora. Vou correr até o próximo ponto de água e de lá até a curva e assim sucessivamente. Funcionou! Nos postos de hidratação eu caminhava, me refrescava, bebia água e seguia correndo. Não fiz o melhor pace da minha vida. Mas, completei bem a prova.
O mais importante? Senti prazer na corrida! Entrei num estágio incrível de excitação. Era como se o prazer viesse em ondas. E tudo isso eu consegui trabalhando a minha cabeça.
Já na segunda volta da corrida, com o corpo cansado. Passei por uma menina que começou a conversar com outra dizendo que estava muito cansada e reforçando essa condição. Quando a ouvi falar assim, me veio a certeza de que eu precisava dizer o contrário para mim mesma. Comecei a fazer um reforço positivo dizendo para mim mesma que eu estava muito bem, que estava correndo bem, que tinha chegado até ali muito bem e que faltava muito pouco. Não era hora de me entregar ao cansaço.
Assim, cheguei até a linha de chegada com 2:50:06 horas de prova. Com um pulo de felicidade registrado pela lente do Edinho que estava aguardando a minha chegada!
Experiência incrível, diversão garantida e ansiedade gigante para o próximo grande e principal desafio! O IM 70.3 tá chegando!!!! E eu sigo buscando e acreditando que é possível transformar sonhos em realidade!