A travessia da Serra dos Órgãos é uma das caminhadas mais conhecidas e comentadas do país. Um percurso de aproximadamente 30 km que liga as cidades de Petrópolis e Teresópolis, atravessando grande parte da Serra dos Órgãos. Com diversas subidas e descidas, oscilando entre 1000 e 2000 metros de altitude, cruzando vales, cursos d’água, densa mata atlântica e campos de montanha. É uma verdadeira jornada de aventura.
Serra dos Órgãos
A origem do seu nome, segundo historiadores vem da semelhança dos seus diversos picos com os grandes órgãos de catedrais europeias. Está diretamente ligada a história do montanhismo brasileiro. Há quem diga que foi ali que iniciou-se a escalada esportiva no Brasil quando Teixeira e seus companheiros ascenderam o Dedo de Deus, formação rochosa que parece uma mão com o dedo indicador apontando para o céu, pela primeira vez em 1912. Em 1939, foi criado o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, o terceiro Parque Nacional mais antigo do Brasil. Abrangendo os municípios de Teresópolis, Petrópolis, Guapimirim e Magé. Com seu clima agradável e suas belíssimas paisagens o parque oferece diversas opções de aventuras ao ar livre como cachoeiras, trilhas bem marcadas, áreas de camping e abrigos de montanhas.
Como chegar?
A trilha pode ser realizada em ambos sentidos: desde Petrópolis para Teresópolis quanto vice-versa. A acessibilidade por Teresópolis é melhor pois a Sede do Parnaso em Terê está localizada na Av Rotariana. Os ônibus que vão para Teresópolis passam em frente ao parque e se o passageiro estiver com sua mochila à mão os motoristas estão acostumados a pararem em frente a portaria. Se a opção for ir de carro, essa sede possui diversos estacionamentos. Já em Petrópolis em ambos os casos é mais complexo. Para deixar o carro é preciso encontrar algum estacionamento nas proximidades da portaria. Sem falar que a sede está localizada em Côrreas um bairro afastado da rodoviária, assim existe a necessidade de se pegar um ônibus municipal para o deslocamento até a entrada do parque. Porém se a opção for algum transporte alugado que deixará o grupo em uma sede e irá buscar em outra não há nenhum contratempo em iniciar pela sede de Petrópolis. Seguindo pela Rod. Washington Luís após o km 62 pegue a primeira saída a direita. Siga as placas para Corrêas e facilmente chegará a Estrada do Bonfim. Siga as placas do Parque Nacional da Serra dos Órgãos e encontrará a portaria.
A Trilha
Como foi dito sãos duas opções para o início da caminhada. É possível realizá-la em 1, 2 ou 3 dias. Se realizado em um único dia é aconselhável entrar na trilha bem cedo para evitar a caminhada noturna nos trechos de orientação mais complicada. Se a opção for dois dias há de se considerar que os abrigos estão localizados, aproximadamente, no primeiro e no segundo terço da distância total. Assim, há a necessidade de escolher o abrigo e planejar o tempo necessário para o deslocamento até ele. Na terceira opção, realizando a travessia em 3 dias as coisas ficam mais tranquilas e mais fáceis. Sem falar na possibilidade de desfrutar por mais tempo a vibe das montanhas.
Considerando que a subida da Sede de Petrópolis até os Castelos do Açu é mais íngreme que a subida da Sede de Teresópolis até o Abrigo 4 poderíamos dizer que saindo de Petrô é mais desgastante, mas há quem “sofra” mais para descer do que para subir. Por já ter realizado essa aventura em ambos os sentidos e tendo em vista que o acesso por Terê de ônibus é mais fácil narrarei a travessia nesse sentido. Para facilitar o entendimento uma foto da placa localizada no início da trilha com uma imagem da trilha, com pontos d’água, cachoeiras e elevações.
No caso de ter ido de carro, suba até a barragem e lá estacione. Se for de ônibus raciocine com mais alguns quilômetros de caminhada até o início da trilha. Na barragem, à esquerda existe uma bica de água e uma escada de pedra. É ali o começo da trilha. Subindo os degraus você observará esta imagem da foto e uma porteira.
Barragem – Abrigo 4
O caminho começa com pedras grandes e um aclive agradável, imerso em mata atlântica, margeando um rio, por vezes é até difícil de acreditar que é uma caminhada em montanha. Esse trajeto segue sem muita mudança de direção até encontrar à esquerda uma cachoeirinha, Véu de Noiva. Se o grupo for grande ou heterogêneo é uma boa pedida para se fazer uma parada, reorganizar o pessoal e completar a água dos reservatórios.
A cachu fica um pouco antes do primeiro terço da distância entre a barragem e o Abrigo 4. Saímos dela andando para direita numa trilha bem marcada onde as pedras começam a ficar mais escassas dando lugar a uma terra batida que dependendo da época do ano forma diversas poças de barro. É interessante ter bastante atenção pois em alguns trechos dessa parte da travessia o solo pode estar muito escorregadio. O trajeto é amplo, um caminho largo que faz um zigue-zague com leve aclive. Aos poucos vamos ganhando altura e a partir de certo ponto é possível observar a cidade de Teresópolis que vai ficando cada vez mais distante. Neste trecho a trilha vai acompanhando o rio Beija-flor sendo possível, por diversas vezes, escutar aquele agradável barulho das águas. A navegação nesse trecho é muito simples sendo praticamente impossível se perder. Não existe bifurcação na trilha. Se encontrar algum “atalho”, principalmente durante os trechos de zigue-zague, evite-o. A trilha original é a que está nítida, bem marcada e sinalizada. Cortar caminho abrindo novos trajetos faz um mal danado, além de confundir outros caminhantes contribui para as erosões. Caminhando por mais algum tempo temos o Abrigo 3, um local gramado, à direita da trilha, onde algum tempo atrás era uma área de camping. Encontrá-lo é um bom sinal. Já se foram dois terços da distância entre a barragem e o Abrigo 4. Desse ponto em diante o nível de dificuldade diminui um pouco. Existe mais uma pequena subida e após alguns minutos já é possível observar a belíssima formação da Pedra do Sino e um pouco abaixo as instalações do Abrigo 4.
O Abrigo 4 é um abrigo de montanha do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Para os que realizam a travessia em 2 ou 3 dias existe a necessidade de se dormir na Serra, porém atualmente está proibido o pernoite fora das áreas dos abrigos. Existem quatro possibilidades para o pernoite. Aluguel de cama por R$40,00, existem alguns beliches em quartos coletivos e o caminhante tem direito a um leito; Bivaque por R$25,00, o caminhante dorme no interior do abrigo, porém não existe nenhuma cama disponibilizada para este; Aluguel de barraca por R$20,00, barracas do parque já montadas nas proximidades do abrigo, onde o caminhante chega e apenas tem o trabalho de se jogar para dentro da barraca; e o camping por R$6,00, o próprio caminhante conduz seu material de pernoite e tem uma área disponibilizada para a montagem da sua barraca. Há banheiros nos abrigos com banho quente, porém para o banho há necessidade de pagar uma taxa de R$10,00. Outra possibilidade no abrigo é a utilização da cozinha. Existe uma boa estrutura com pratos, copos, panelas, talheres e por vezes até temperos de pessoas que por ali passaram e deixaram para os próximos. Também se paga por esse serviço e nos períodos onde os abrigos estão mais cheios é exclusivo àqueles que estão hospedados no abrigo.
Para aqueles que se organizaram para dormir a primeira noite no Açu e para os que planejaram fazer toda a travessia em um único dia o Abrigo 4 é apenas uma referência. Após identificá-lo seguir em direção a Pedra do Sino. Para os que irão dormir por lá na primeira noite a dica é montar o acampamento aproveitando a luz do dia, separar um agasalho, pegar a máquina fotográfica e subir para a Pedra do Sino para curtir o sol ir embora.
A Pedra do Sino com seus 2.275 metros de altura é o ponto mais alto do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, de seu cume com bom tempo é possível avistar as cidades do Rio de Janeiro e Niterói, as baías da Guanabara e de Sepetiba, além de diversas montanhas localizadas no próprio parque como o Dedo de Deus com uma vista bem diferente da que estamos acostumados nos postais. Prepare-se para o frio. Logo que o sol se põe a temperatura baixa drasticamente. Os termômetros nas partes mais altas da Serra marcam com elevada frequência temperaturas próximas dos zero graus.
No segundo dia o ideal é iniciar a caminhada o mais cedo possível. Se for possível, o grupo tiver disposição e o tempo for favorável vale a pena subir o Sino novamente. O visual do sol nascendo visto lá de cima da Pedra é uma obra de arte a ser apreciada.
Pedra do Sino – Açu
A partir dessa parte da travessia o caminho de terra batida da lugar às pedras. Deve-se seguir à direita da Pedra do Sino, por uma trilha estreita com trechos de escalaminhada. O primeiro obstáculo é uma escada vertical e na sequência o famoso e temido cavalinho. Uma pedra que tem um formato que ao ser transposto se parece com a sela de um cavalo. A foto ao lado foi tirado com o ponto de vista de quem já ultrapassou, realizando a trilha no sentido Terê-Petrô. Passar o cavalinho não é difícil, nem técnico. A sua dificuldade é que por ser uma pedra exposta antes de passar por ali a pessoa vê o abismo e sente medo. Tendo como referência a fotografia ao lado, à direita existem dois grampos que possibilitam a confecção de algum dispositivo de segurança. Uma sugestão se houver pessoas com muito medo de altura no grupo é conduzir uma fita tubular, mosquetões e corda de 5 a 10 metros. Assim é possível realizar a segurança auxiliando a transposição do obstáculo, sem onerar exageradamente com peso excessivo.
Após o cavalinho a trilha desce cruzando o vale e começa a subir novamente. No início da subida outro ponto difícil onde há necessidade de realizar uma escaladinha leve. Novamente existem grampos na rocha para colocar segurança se for o caso. Caso haja uma ou duas pessoas com experiência na atividade, uma simples orientação para as pessoas que estão subindo já é o suficiente. Após esse trecho a orientação passa a ser um detalhe fundamental. A trilha deixa de existir e o caminho passa por diversas lajes de pedra. Setas indicativas foram pregadas nas rochas em pontos chaves. Amarela indica Petrópolis e Branca aponta para Teresópolis. Outra boa referência são os totens, pedras empilhadas que indicam qual o caminho a se seguir.
Após cruzar o vale inicia-se uma outra subida onde existe um pequeno lance de escalada. Há pontos de ancoragem na rocha se for necessário, porém é possível transpor essa parte tranquilamente. Após transposto esse obstáculo o caminho começa a variar entre trilha e lajes de pedra. Dependendo da visibilidade a orientação pode ficar prejudicada. Um ponto nítido que confirma que o grupo está seguindo no caminho correto é a Pedra Baleia. Uma formação rochosa que parece com o dorso de uma baleia aflorando na água. É preciso usar a imaginação para identificar a pedra e fazer o link com a imagem da baleia, mas depois de identificado é possível constatar a semelhança. Seguindo após a pedra a trilha desce em direção ao Vale das Antas. O caminho fica estreito e é preciso estar atento com a vegetação para evitar os galhos e os espinhos. No vale há uma área gramada, cercada por algumas árvores, próximo à um ponto d’água que é um excelente local para fazer uma paradinha e comer algo. Ressalto a necessidade da preocupação ambiental. Não deixe lixo, nem orgânico. Leve tudo o que trouxe e a natureza agradecerá imensamente.
Saindo do Vale das Antas siga à esquerda. Existem diversas trilhas, o capim alto pode confundir um pouco mas tenha em mente seguir na direção geral sul. Para confirmar, olhando 90º à esquerda você verá a cadeia de elevações da Pedra do Sino com destaque para a Pedra do Garrafão, onde está localizada a famosa via “Terra de Gigantes” um dos poucos big wall em terra brasilis. Suba sempre tendendo para a esquerda até encontrar uma laje de pedra. Continue seguindo à esquerda, contornando a elevação até começar a descer. Ao encontrar vergalhões cravados na rocha você chegou ao famoso elevador. Uma escada roots formada por vergalhões que auxilia muito a transposição dessa parte da travessia. A pedra oferece poucos pontos de apoio e geralmente existe muito barro nessa região. Eu tenho o costume de orientar as pessoas a pisarem nas partes mais laterais dos vergalhões, próximo ao vértice formado na dobra deles, de forma que a parte central do “degrau” fique sem barro, facilitando a empunhadura e evitando que a mão escorregue. Após o elevador cruze as pontes e suba uma pequena laje de pedra, há um corrimão auxiliando. Por ali a água é boa e de fácil acesso. Um bom ponto para reorganizar o grupo e reabastecer os reservatórios. Quando pronto, o próximo passo é subir o Morro do Dinossauro.
A subida do Morro do Dinossauro é “casca grossa”, uma laje de pedra bem íngreme que castiga as coxas e panturrilhas. Após superá-la a trilha passa a ser plana e volta a ser bem nítida, intercalando lajes de pedra e regiões de lama e barro. Com as setas e totens indicando a direção a ser seguida facilita a identificação do caminho. Tendo atenção e paciência esse trecho não é muito complicado. Em caso de mau tempo ou pouca visibilidade a história muda e a situação passa a ser complicada. Particularmente nos momentos de transição de laje de pedra para trilha. Tenha cuidado. Após passar pelo Dinossauro, com o Morro da Luva localizado à direita, deve-se descer à esquerda em direção ao Vale de mesmo nome. Um aspecto a ser observado nesse trecho é a quantidade de lama, barro e raízes na trilha, particularmente na descida. O caminho atravessa o Vale da Luva, outro trecho de mata atlântica dessa belíssima caminhada. É onde se encontra o último ponto d’água antes do Açu, um pequeno rio. Após atravessá-lo começa mais uma “bela” subida, agora em direção ao Morro do Marco, última elevação antes do destino desse trecho da Travessia. O Morro do Marco é um excelente local para admirar o nascer do sol. É dali, também, que sai a trilha para ir até os Portais de Hércules. Do Morro do Marco para o Açu a trilha desce num pequeno trecho de escalaminhada e depois sobe uma laje de pedra balizada por totens. Superada essa laje já é possível avistar a belíssima formação rochosa que da nome ao Abrigo de Montanha. O pernoite no Açu segue o mesmo que foi dito no Abrigo 4, a única diferença é que existem diversas áreas de camping no Açu, inclusive próximos aos Castelos do Açu.
Açu – Portaria
O último trecho liga os Castelos do Açu à Portaria da Sede de Petrópolis do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Se a opção foi pela travessia de três dias o ponto alto do último dia é o nascer do sol visto do Açu. O Sol nasce na direção da Pedra do Sino, Dedo de Deus e Pedra do Garrafão. Não é raro ser impossível de observar essas montanhas devido a presença de nuvens como na foto, porém eu arrisco a dizer que o visual é ainda mais bonito quando está assim. A trilha para a descida da portaria não tem muita dificuldade quanto a orientação. Saindo do Açu, a direção geral é oeste, sem grandes variações altimétricas. Com uma vegetação que permite um deslocamento sem dificuldades caminha-se entre 40 minutos e 1 hora e meia, dependendo do ritmo do grupo, até que começa a descida da subida da Isabeloca. Calma! Explico. Os nomes foram dados tendo como referência a travessia Petrô-Terê. Segundo a lenda a Princesa Isabel gostava de caçar nessa região e os escravos a apelidaram de Isabeloca. Assim, até hoje ela da nome a esse trecho da travessia. O próximo ponto nítido da descida é o Ajax uma pequena formação rochosa no meio da trilha. Um ponto importante é a existência de água no canto direito desse lugar. A trilha é bem marcada, um caminho de terra nítido que faz um zigue-zague cansativo descendo em direção a Petrópolis. O próximo local de fácil identificação é a Pedra do Queijo uma formação que lembra um queijo minas, desses redondinhos, localizada a esquerda da trilha para quem desce. É um mirante natural para o Vale do Bonfim. Continuando a descida existe a região das cachoeiras. Na sequência para quem está descendo: Andorinas, Véu da Noiva, Bromélias e Paraíso. Nas bifurcações para as cachoeiras siga sempre à esquerda se o objetivo for a Portaria do Parque. Caso deseje desfrutar as águas da região escolha a melhor opção e aproveite.
Minha Pedida
A minha pedida é num português claro a opinião que tenho sobre alguns aspectos a serem considerados no planejamento e na Travessia da Serra dos Órgãos propriamente dita.
A Travessia da Serra dos Órgãos não é uma atividade impossível, destinada a super atletas e super heróis. É uma caminhada difícil que exige planejamento, preparação e organização. Qualquer um que esteja com o preparo físico, goze de boa saúde e esteja disposto a organizar essa atividade é capaz de realizá-la.
O primeiro aspecto a ser considerado é a logística. Decidir como e por onde ir vai definir o itinerário a ser realizado, o que implicará nas compras a serem realizadas no site do Parque. Após decidido, cadastre-se no site e escolha, a trilha a ser realizada, os locais de pernoite, os tipos de pernoite e os extras como banho quente e utilização da cozinha. Ainda pensando na logística confeccione um check list de material pensando na comida, no vestuário, no pernoite e em um kit de emergência. Em breve farei um post específico sobre essa logística e tudo que precisa ter no seu mochilão.
Após realizadas as coordenações logísticas pense em como fazer funcionar tudo. Raciocine com a navegação e planeje o tempo a ser utilizado, lembre de raciocinar em quantas vezes e de quanto em quanto tempo pretende parar para reorganizar o grupo, se alimentar e reidratar. Quanto a navegação, verifique mapas e guias impressos, GPS ou bússola e o próprio feeling.
- Evite fazer a travessia em feriados, se possível combine uma data durante a semana. Já aconteceu de meu grupo ser o único a estar na montanha e confesso que a sensação é maravilhosa. O contato com outros montanhistas também é agradável porém em feriados e datas de alta temporada existe alguns “engarrafamentos” que são muito desagradáveis.
- Se o seu grupo não possuir ninguém com experiência em montanha, trilhas, trekking ou atividades ao ar livre você pode estar se metendo em uma roubada.
- Uma fita tubular, dois ou três mosquetões e alguns metros de corda são materiais interessantíssimos e podem evitar transtornos no cavalinho e na pequena escalada a ser realizada.
- Sempre faz frio na Serra, inclusive no verão.
- Cuide da montanha e oriente todos que estão a sua volta. Permita aos seus filhos e netos essa oportunidade que você esta tendo de desfrutar a natureza exuberante das montanhas.
- Em caso de pouca visibilidade ou de se perder, não tente continuar. Volte para o último ponto nítido e aguarde algum contato com outro montanhista. Na pior das hipóteses volte por onde veio até o abrigo.
- Confie! Vai dar tudo certo e sua aventura vai ser um sucesso!!! Boa caminhada!