A menos de 30 dias para o Ironman Rio 70.3, a minha prova meta, recebemos o convite para participar da Adventure Sport Fair, em São Paulo. Teríamos o encontro da Rede de Blogs Outdoor e o Edinho apresentaria duas palestras sobre como começar em corrida de montanha e ultramaratonas.
Consegui me organizar e trabalhar remotamente, mas o que mais me preocupava eram os treinos. Como eu faria para não perder uma semana de treino em meio a uma fase tão importante para a prova?
O jeito foi fazer os treinos de natação na segunda e na terça enquanto estava no Rio, colocar a bike no carro, separar o tênis e partir para São Paulo com o carro cheio.
Treino de Triathlon em São Paulo
O ciclismo na USP
Acordei na quinta feira e a primeira missão do dia era pedalar. Tinha 64km de pedal para fazer. Peguei as dicas com Fernanda, a minha amiga paulista que estava hospedando a gente. Com a boa ajuda do Waze chegamos direitinho lá na USP. Como o tempo não estava muito bom acabei saindo mais tarde de casa. Ao que parece o pedal lá começa cedo e as assessorias se encontram por volta das 5:30 horas da manhã. Eu cheguei na universidade pouco antes das 7:00 horas.
A primeira dúvida que rolou foi, aonde parar o carro e começar o pedal. A Fer tinha dado a dica pra gente, mas acabamos esquecendo. Mas não foi difícil. Seguimos o primeiro carro com uma bike que avistamos e descobrimos aonde era o local que estávamos procurando. Paramos perto da reitoria e da biblioteca, montamos a bike e fui pedalar.
Amei pedalar na USP. É um local bem grande e com o terreno variado. Deu para fazer uma parte do treino com um pouco de subida e descida e respeitar os intervalados de forte e fraco conforme a planilha.
No horário que fui já tinha bastante movimento de carro. Mas, mesmo assim, isso não atrapalhou meu treino. As pistas são largas e de uma maneira geral senti que a galera ta acostumada com o tráfego de bikes e rola um respeito mútuo.
Um ponto que quase me complicou foi a água. Pensamos que seria fácil encontrar algum lugar para comprar água. Doce ilusão. Se não fosse um ciclista solidário a primeira hora de pedal seria sem hidratação.
A corrida no Ibirapuera
Sexta feira a ideia era fazer uma corrida leve de 8 km e no sábado um longo de 16 km. Mas no sábado o compromisso na feira era cedo. Optei por inverter a ordem do treino. Fiz o longão na sexta e deixei para o sábado os 8 km regenerativos.
Para essa corrida consegui levar o Edinho. Saímos de casa correndo e em 2 km estávamos no Ibira. Optamos por fazer o percurso maior que é numa pista de terra que tem por lá. Essa pista é bem legal e o Ibirapuera é um parque lindo. Em meio a selva de pedra que é São Paulo ter um parque arborizado e com um belo lago no caminho da corrida é uma benção.
Percorri meus sofridos 16 km entre voltas de 6 km e o percurso de ida e volta para casa. A corrida não rendeu tanto, estava cansada, mas não quis interromper o treino, fui até o final e mesmo devagar completei o treino.
Recomendo e muito a corrida por lá. Tanto para os turistas como para os paulistanos. Tenho certeza que é uma ótima opção de local de treino. As assessorias se dividem entre o parque e a USP, que além de ser um ótimo local para o pedal é também um ótimo local para a corrida. Tem ótimas opções de desnível. Excelente para quem tem como objetivo a corrida de montanha.
Não rolou
Infelizmente sábado e domingo os treinos não fluíram. No sábado acordei com muita dor no joelho e optei por pular o regenerativo. No domingo a ideia era pedalar em parte do trajeto de volta para casa. Conversando com amigos decidimos que a melhor opção seria pedalar pela Rodovia Ayrton Senna. Na última hora optamos por pegar a Dutra e não foi legal. Fiz duas tentativas frustradas de pedalar. Senti medo nas duas. O acostamento não era contínuo, pois em vários momentos haviam pontes, entradas e saídas, com aquelas agulhas que me jogavam para meio do trânsito. O movimento de carros era bastante intenso, assim como ônibus e caminhões que muitas vezes invadiam o espaço do acostamento. Lembrava direto da história do caminhoneiro que fez o Edinho interromper a trip Rio-BH de bike. Ele ainda tentou fazer a minha segurança, mas me sentia insegura e com muito medo. Me veio a cabeça a frase que o Edinho sempre usa "Isso é meio de vida e não meio de morte" e assim optei com muita dor no coração por abandonar o treino.