Transformando sonho em realidade
Costumo brincar que a minha cabeça é uma fábrica de sonhos. Sonhos que se transformam em projetos de longo, médio e curto prazo. Mas o mais engraçado é que eles não respeitam nenhuma cronologia. Estou trabalhando em um e o outro já começa a martelar minha mente. Foi exatamente assim que aconteceu com esse tal de Ultra Trail. Era final de 2012 e o Emerson, um grande irmão que a vida me deu, meu tutor da escalada e grande entusiasta das corridas, veio me falar sobre uma corrida em Chamonix. Eu estava treinando pro Ironman, voltava de um treino longo de corrida quando ele falou comigo: “Tchê, tu leu o livro de escalada que eu te dei, aquele que fala de Chamonix?” na minha resposta afirmativa ele emendou “Tem uma corrida lá, o Ultra Trail du Mont Blanc. É uma volta nessa montanha” não dei tempo a ele. Vou correr essa prova aí, emendei de bate pronto.
Ultra Trail du Mont Blanc
O Ultra Trail du Mont Blanc é a meca do Ultra Trail Running. (Se vc está se perguntando o que é trail running clique aqui e entenda. Sonho de consumo de 9 entre 10 ultra trail runners, o UTMB está para a ultra das corridas de montanha assim como Kona está para o Ironman. Tecnicamente é uma prova dura, com um circuito circular de 168 km, com largada e chegada em Chamonix, França. No total são quase 10km de subida ao longo do percurso com um tempo limite de 47 horas. O percurso cruza a tríplice fronteira entre Franá, Suíça e Itália, passando pelos três países.
Inscrições para o UTMB
Estar alinhado na largada do UTMB não é tarefa simples. O corredor precisa ter experiência em corridas de montanha, comprovados através da apresentação de 3 corridas realizadas nos últimos 2 anos (confira as provas que pontuam). Essa pontuação varia de acordo com a distância/altimetria da prova e atualmente o UTMB exige a pontuação mínima de 9 pontos. Com a pontuação você está apto para se inscrever para um sorteio, pois a demanda é bem maior que a quantidade de vagas para a prova. Um fato interessante é que se você não for sorteado no primeiro ano, no segundo ano você concorre o sorteio com probabilidades maiores de estar entre os sorteados e no terceiro ano passa a ter prioridade para correr. Tudo, se estiver com os pontos em dia.
Do asfalto para a montanha
Muitas pessoas me perguntam sobre essa transição. Tecnicamente eu confesso que correr na montanha é um pouco mais complexo. A variedade do terreno, tanto o tipo de piso quanto as diferentes inclinações fazem a velocidade variar bastante. Quando volto de competições a pergunta dos amigos que correm no asfalto sempre é “Quanto tempo em qual distância?”e dos amigos das montanhas é “Como era a altimetria? Estava muito técnica?”
Se me perguntarem o que eu mais gosto no ultra tail eu diria que gosto da sensação de correr por horas e horas. Gosto da incerteza sobre o que me espera. Por mais que estude a altimetria da prova pelos gráficos e imagens de satélite, você dificilmente sabe com certeza o que te espera depois da curva. Sem falar na conexão com a natureza e nas belíssimas imagens que presenciamos.
Outra vantagem sensacional é a possibilidade de viajar e competir, unindo duas paixões com a mesma “desculpa”. Dentro dessa ideia que fui parar numa prova Eslovênia, um país que eu não conhecia nem no mapa e que me encantou bastante.
Meu ultra Trail du Mont Blanc
Atualmente eu estou na terceira tentativa de inscrição. Comecei no Ultra Trail em 2013, corri 13 e 14 e me inscrevi para 2015. Não fui sorteado. Com os pontos de 204 e 2015 me inscrevi par 2016. Também não fui sorteado. Como não transferi a inscrição para outras provas, para ser selecionado em 2017 tudo o que eu precisava era ter os pontos. Assim, fiz o dever de casa no Desafio Extremo Estrada Real e na Ultamaratona dos Anjos Internacional e aguardo ansioso pela virada do ano para encarar forte a periodização.
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fontes:
- ultratrailmb.com
- correnacidade.com
imagens:
- correnacidade.com
- blog.teamalchemist.com